Esse é um assunto de muita relevância para iniciantes no violino. É um assunto que as vezes pode demandar duas aulas, pois o professor também pode não entender qual o grau de facilidade e adaptação do aluno com o método. Não existe um método universalmente perfeito, todos eles vão ter pontos positivos e negativos, e esse balanço só é possível ser realizado conforme a troca de conhecimentos e informações prévias, por isso, no meu primeiro encontro eu me apresento, falo sobre o instrumento, e tento absorver e conhecer o aluno.
Por exemplo, para uma criança, eu não posso exigir logo de início que ela aprenda técnicas avançadas de arco, até mesmo para um jovem ou adulto, mas o método existe. Assim como vamos de pouco em pouco na escola, aprendendo em matemática a somar, subtrair, multiplicar e dividir para chegar na equação, fazemos o mesmo para o violino. Precisamos aprender sobre postura, afinação, sonoridade e performance para então avançarmos em outros quesitos mais específicos.
O professor que tiver passado por diversos métodos e linhas filosóficas de ensino, irá com mais facilidade saber indicar qual seria mais praticável para atingir a meta do aluno.
Alguns alunos não querem ser músicos, apenas tocar para si, outros querem se tornar violinistas de orquestra, ou então, querem aprender um repertório de casamento. Não posso forçar alguém a seguir um gênero, se o objetivo ou meta do aluno é outro. Eu, como professor preciso alinhando as duas coisas, a técnica e sonoridade com o gênero escolhido.
Vamos conhecer quais são os métodos mais conhecidos? Veja a lista abaixo:
- Método CCB por Schmoll: criado pela Congregação Cristã do Brasil, um método específico para direcionar o aluno a tocar em conjuntos musicais da igreja, com repertório de hinos religiosos. um dos métodos mais completos de conteúdos, incluindo figuras ilustrativas, exercícios práticos, explicação textual de cada conteúdo e conceito; sua estrutura literária volta aos tempos da máquina de escrever. Demanda mais tempo para formação, serve para pessoas que querem algo bem detalhado e explicado, e não necessitam velocidade nos resultados. Desenvolvido em 1 volume (livro).
- Método Suzuki: o método mais conhecido mundialmente, vindo do Japão, direciona o aluno a excelência, profissionalismo e futuramente um ótimo concertista de orquestra. Engloba todas as idades, desde criança ao adulto. Desenvolvido em 10 volumes.
- Método All for Strings: de fácil acesso, porém com um percurso longo e repetitivo de treino, com a intenção de fixar conhecimentos básicos de notas, afinação e troca de posição. Desenvolvido em 3 volumes.
- Método Laoureux: Método francês, dinâmico, rápido, porém sem músicas conhecidas, este método proporciona a agilidade na leitura, tanto na melodia quanto nas dinâmicas do exercício. Proporciona entendimento de arpejos, escalas, duração, fraseado e construção de melodias. Desenvolvido em 3 volumes.
- Maia Bang: método em inglês, utilizado para crianças que querem tocar certinho e aprender as primeiras notas formando as notas musicais no violino, indicado para professores que veem a necessidade de trabalhar com tranquilidade, não exigindo uma relação de músicas para tocar. Hoje em dia é difícil manter alguém sem ter um repertório.
- Método Nader Shaikh: um método moderno, inclusivo, adaptado a todas as idades. Um método que maximiza a versatilidade da pessoa para treinos, apresentações, conhecendo todas as áreas do violino, seja na parte técnica como conceitual das épocas musicais e gêneros. Possibilita levar o violino para qualquer ambiente: reunião de amigos, casamentos, praia, produções profissionais, entre outros. O primeiro a incluir jazz, tango, eletronica, mpb, trilhas sonoras, além do tradicional/clássico, religioso/gospel e instrumental. Como este método foi testado EAD, também pode ser ensinado para pessoas que moram longe. Método distribuído em 10 volumes.
Caso o aluno queira avançar mais ainda nas técnicas para se profissionalizar, existem métodos específicos de apoio de estudo:
- Mazas: proficiência em cordas duplas
- Enrico Polo: proficiência em cordas duplas
- Kreutzer: estudos com trinados, escalas, arpejos, tercinas. Método específico para quem quer praticar agilidade nos dedos envolvendo todas as técnicas e trocas de posição no violino.
- Tartini: estudos com trinado, trocada de arcadas e cordas, um pouco mais simples que o Kreutzer.
- Kayser: método mais completo para técnicas de arco (stacatto, spicatto, detaché, martelet); inclui conceitos de intervalos musicais, acidentes acordes, mudança de posição, dinâmica, escala e harmonização.
- Sevcik Op. 8: mudança de posição e modulação
- Carl Flesch: estudos de golpes de arco e mudança de cordas
- Hans Sitt: rapidez nos arpejos, troca de arcos com distribuição variada, envolvendo mudança de posição, leveza nos dedos, sonoridade.
Cada um desses métodos, como já observado anteriormente possui uma filosofia e linha de raciocínio prédeterminado para atingir um objetivo único como descrito acima. Converse com seu professor para investigar qual assunto quer conhecer melhor e estudar com acompanhamento profissional. Desejo um dia poder simplificar o número de materiais para facilitar o acesso e a compreensão dos alunos.
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