Não é de se admirar que o violino está cada vez mais ganhando mercado fora dos estúdios, teatros, salas de concertos. Atualmente, através da globalização, com mais precisão, neste século XXI, muitos artistas se tornaram independentes de um grupo orquestral e com agências e parcerias avançaram em suas carreiras solo, optando por inerpretar grandes canções e trilhas sonoras famosas, para ganhar seus likes, compartilhamentos, e principalmente interações pela internet.
Esse espaço é aberto para os corajosos, destemidos, porém que tenham muito investimento de tempo, treino e principalmente de dinheiro para compra de equipamentos, com estrutura, equipe, viagens e impulsionamento de publicações diárias de vídeos pessoais e de gravações profissionais em suas páginas do instagram, YouTube, TikTok, dentre outras plataformas. Além desses aspectos, também existe um investimento no que chamamos de persona. Um personagem, que ganha forma, cor, estilo, linguagem, atração e direcionamento ao público. Ganha interação social em algumas medidas, ajudando instituições através dos shows e tributos.
Esse é um grupo seleto de pessoas que chegam na mira de gravadoras, aqui vou deixar uma lista de nomes que você deveria conhecer e observar esses detalhes com mais precisão, antes que eu fale sobre minhas impressões, sugiro que faça uma leitura geral, e se caso, você está aprendendo a tocar violino, observe os movimentos, as sensações que esta pessoa traz em sua performance. Gostaria de destacar aqui pelo menos 10 conhecidos desta nova geração. Alguns tiveram 5 anos de fama e “caíram” no esquecimento, outros até o momento conseguiram fazer composições autorais e releituras de músicas já existentes, e com a fama, possuem uma agenda cheia de shows pelo mundo:
Lindsey Stirling – autodidata, aprendeu violino através do Youtube, através de seu canal foi construindo conteúdo com músicas de trilhas sonoras, músicas natalinas, músicas eruditas com intuito de atrair todos os públicos amantes do violino. ELa tem um grande diferencial de tocar e dançar ao mesmo tempo, como se fosse algo simples. Hoje ela já tem pelo menos 3 álbuns de música autoral, vindo inclusive para o Brasil em 2017.
André Rieu – violinista consolidado nos países centro-ocidentais da Europa. Holandês, com uma persona que atrai um público mais velho, estilo clássico tradicional, faz seus concertos com uma estrutura grande de cantores, operistas, musicos, solistas, porém colocando ele como foco: sendo maestro e violinista ao mesmo tempo. André Rieu construiu sua carreira na Alemanha, Holanda, Bélgica, Suíça, pois não teria fácil deslocamento e são países que falam a mesma linguagem. Provavelmente está em seus últimos anos de carreira.
David Garrett – para mim um violinista fora da curva, com a carreira feita. Ele conseguiu unir o que André Rieu faz, de um jeito mais inovador e moderno, mais atraente e livre. David Garrett é o violinista conhecido por entrar no Guinness Book como o violinista que bateu o recorde mundial tocando “The Flight of the Bumble Bee” em 65 segundos. Formado na música erudita, Garrett faz shows com músicas pop e clássica, criando uma interação completa com o público, inclusive tocando ao lado das pessoas mais próximas. Uma de suas gravações mais famosas é do tema de Piratas do Caribe.
Karolina Protsenko – violinista russa, famosa pelas apresentações solo de rua. Nascida em família de músicos, o pai foi o principal incentivador pela sequência na carreira dela que inicialmente era cantora também. Karolina teve a oportunidade de se encontrar com Lindsey Stirling e tocarem juntas ganhando mais visibilidade na mídia internacional. Ela atualmente é vista e reconhecida pela sua persona criada, uma garota alegre, loira, dançante.
Anna Murakawa – violinista, brasileira, que atualmente mora na Austrália. Utilizou da época da pandemia para criar também uma persona de sofrimento e heroína. Usou da angústia de ter seus cursos e passaporte negado ao chegar na Austrália e vivenciar uma nova vida. Atraiu principalmente todo o indivíduo que se considerasse brasileiro e que quisesse ver uma mulher vitoriosa em uma carreira solo, foi um assunto polêmico. Fez algumas lives, covers, saiu em jornais e notícias. Atualmente caiu no esquecimento.
DSharp – Entre o fim do século XX e começo do século XXI este artista tentou unir alguns estilos como pop com raggae, reggaeton e rock, tendo um violino azul, com dread em todo cabelo e também com uma certa performance em seus clipes, porém na atualidade caiu no esquecimento.
Se formos falar no mundo erudito, para completar essa lista de violinistas, quero incluir os 4 últimos deste artigo:
Samvel Yervinyan – conhecido pela virtuosidade e erudição no violino através da orquestra do músico regente Yanni. Samvel tem grande semelhança com o potencial que David Garrett demonstra no mundo do rock e pop. Uma facilidade para tocar e ensinar qualquer tipo de estilo e música. Atualmente ele mescla shows com o maetro grego e projetos pessoais. Um ícone da atualidade.
Ithzak Perlmann – senhor israelense, um dos primeiros a gravar Zigeunerwisen do espanhol Pablo Sarasate. Perlmann passa a sensação de uma persona que veio antes do violino, e quando se juntaram se tornaram uma pessoa só. Toca tudo com virtuosismo e agilidade mesmo com sua idade avançada. Solista do filme A lista de Schindler, se tornou famoso com apenas 12 anos ao interpretar um concerto de Beethoven e de Mendelshonn com a Orquestra Filarmônica de Berlim. Tocou na cerimônia de posse de Barack Obama em 2009 com Yo Yo-Ma.
Hilary Hahn – considerada a rainha do violino, principalmente após a interpretação dos 24 capriccios de Paganini, tocando Mozart em um evento que tinha o Papa no público. A violinista americana, é referência de sonoridade, timbre, virtuosismo e perfeição, principalmente para todos aqueles que seguem a filosofia Suzuki. Ela possui gravações autorais incontestáveis. Provavelmente a mais disciplinada de todos desta lista.
Joshua Bell – famoso violinista morte-americano por ter feito uma experiência social ao tocar vestido como um homem de rua dentro de um metrô em Nova Iorque. Passou a lição de que as vezes não somos nós o problema por ter ou não um reconhecimento, mas sim onde estamos nos apresentando, pois o valor só é correspondido por aqueles que param para observar e admirar e também como nos apresentamos cuidando da saúde e aparência além do conteúdo propriamente dito.
Com menos expressividade e reconhecimento mundial posso colocar aqui no final desta lista Vanessa Mae (que não tem tanta presença midiática), Taylor Davis (apontou por ser uma promessa, mas também não vingou), Sarah Chang. Relembrando que esta lista não inclui pessoas falecidas, apenas violinistas da atualidade. Em breve trarei outras matérias sobre este assunto.
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